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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Parte II - 1968 noites em cetim branco - por Paulo Trindade

ROCK PROGRESSIVO AINDA VIVO E RESPIRANDO!


1968 NOITES EM CETIM BRANCO

IIo.

Colunista Paulo Trindade
 para a sessão ProgRock


Nossa história continua, depois da ótima estréia com os discos dos Beatles e Pink Floyd, como ‘abre alas’ para o estilo. Agora, depois da estreia, seria preciso queimar chão e colocar a cara pra bater, porém os Beatles não estavam mais a fim de shows, e o Pink Floyd começou a atravessar sérios problemas com o Syd Barret, que enveredara pelo caminho sem volta do surto de drogas. 

Mesmo assim, a cena acontecia e fortalecia, mas a alcunha ‘Progressivo’ só seria usada alguns anos depois e, por enquanto, a discussão se limitava aos álbuns conceituais, sendo Sergent Peppers considerado o primeiro deles. Puristas ao contrário alegam que, após Brian Wilson, dos Beach Boys, ter escutado o Rubber Soul, dos Beatles, lançou-se numa disputa ferrenha para ver quem compunha o melhor álbum, lançando o emblemático Pet Sounds, de 1965, que é muito sofisticado e inspira aos rivais a criação máxima de 67. Tudo isso começou com um surto do Brian Wilson no retorno de uma turnê dos Beach Boys, em 64, quando ele não ficou totalmente satisfeito com os rumos musicais que sua banda tomava. Resolveu, então, implementar cada vez mais o som, adicionando novos ‘quitutes’, como elementos de Música Flamenca, Erudita e do Jazz, chamando outros músicos pra tocar e isto foi o pontapé inicial para a variação denominada ’Art Rock’! A alcunha ‘Rock Progressivo’, viria mais tarde, durante os anos 70, e seria popularizada pelos grandes do Rock durante essa década. 

Ao final de 1967, depois do estrondoso lançamento do Sergent Peppers, em agosto, os executivos da gravadora Decca Records resolveram testar uma nova tecnologia conhecida como DSS, Deram Sound System, e queriam gravar a Sinfonia nr. 9 de Dvorak, tocada por instrumentos elétricos, Rock com orquestra, brecha inaugurada com os Beatles, que, ao final do Sergent Peppers, contrataram uma orquestra inteira para executar um único acorde num crescendo — dizem as lendas de estúdio. Chamaram os Moody Blues, que se destacavam na cena após o lançamento de seu primeiro disco. Eles aceitaram o convite, com uma condicionante: executariam o projeto com músicas próprias e sem intervalos entre uma canção e outra. Os executivos piraram, mas, como se tratava da Swinging London dos bons tempos e o Sergent Peppers faturava alto sem ter uma única música nas rádios, bancaram a doideira. Então nasceu o Days of future passed, que por si só já era um escândalo e uma ousadia sonora! A proposta da banda era “contar a jornada comum da existência humana, do nascer ao por do sol”, verdadeiro Ulysses de James Joyce sonoro. 

Após esse conceito estabelecido, os integrantes da banda criaram a música, e o disco foi lançado em dezembro de 67, fazendo sucesso de 68 em diante. Considerado como pedra fundamental para o Rock Progressivo, este álbum-conceito trazia a novidade de não ter intervalos entre suas músicas. “Mas como tocaria nas rádios?” — perguntaram os produtores ávidos por reaver sua grana. A banda lançou, então, em compacto simples, a música Nights in white satin de um lado e do outro a Tuesday afternoon, tornando-se sucesso imediato. Os Beatles são considerados os precursores dos álbuns conceituais, mas sabemos que o Sergent Peppers não mantém uma unidade entre suas composições, devido à má vontade de John Lennon em não pactuar com a “Banda do Sargento Pimenta”. Dessa forma, suas músicas não seguem a proposta de McCartney, de contar uma história única e o disco dos Moody Blues supera-os nesse quesito, devido à unidade temática entre todas as músicas. Assim estava lançada a pedra fundamental para os anos 70, que nasciam ali com os seus mais variados estilos e álbuns conceituais, que viriam a seguir. A partir daí, vários outros garotos resolveram, em suas garagens, enveredar pelo novo estilo, misturando folk, celta, erudito, tudo o que o imaginário permitisse e desafiasse os músicos a extrapolar possibilidades cada vez mais inusitadas em seus instrumentos. 

Estava dado o YES para o início do estilo, eis aí sua GENESIS. Mas esta é outra história e fica para outro capitulo da saga! Bem-vindo aos anos 70! E o “Agricultor inglês” está a caminho, siga-nos!



Escuta aí álbuns de Progs de Sucesso de 1968:

MOODY BLUES – DAYS OF FUTURE PASSE

JETHRO TULL – THIS WAS

PINK FLOYD – A SAUCERFUL OF SECRETS

YES – YES (1968)

FAMILY – MUSIC IN A DOLL’S HOUSE

THE NICE – THE THOUGHTS OF EMERLIST DAVJACK





O Colunista Paulo Trindade gostaria de agradecer o convite do amigo e entusiasta do ProgRock mineiro, Claudio Varanda, do show da LadyLike e do By the Pound, no Teatro Dom Silvério, no dia 15 de junho, para excelente apresentação de duas formidáveis bandas. Parabéns pela produção e pela garra dos músicos e profissionais envolvidos no evento! Que venham mais!




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